Rankings Jurídicos – o que os advogados precisam saber
O que para alguns é um mistério, para outros, é parte dos processos. Alguns escritórios levam os rankings jurídicos tão a sério, que possuem equipes internas dedicadas ao assunto.
Por Rafael Gagliardi, sócio da LETS Marketing
De maneira geral, o relacionamento com as instituições que ranqueiam escritórios é feito por intermédio de um profissional de marketing, que fica responsável pelo acompanhamento dos calendários, revisão e submissão dos formulários de pesquisa, casos e lista de clientes elaborados pelos advogados dos escritórios de advocacia.
Esse procedimento não é necessariamente seguido por todos. Parte dos escritórios não possui um profissional mediando o contato com os rankings e as pesquisas podem variar bastante no formato, de acordo com os critérios adotados pelas instituições.
Elas avaliam e comparam escritórios e advogados nas mais diversas práticas jurídicas (existem, inclusive, publicações especializadas).
A metodologia mais comum, adotada nessas pesquisas, segue os seguintes passos:
- Divulgação do calendário de pesquisas (geralmente por área);
- Disponibilização de formulário para preenchimento;
- Submissão do formulário;
- Avaliação do formulário e entrevista com clientes e pares (outros advogados);
- Divulgação dos resultados.
São bastante conhecidas no meio jurídico, mas é fato que empresas dos diversos setores econômicos ainda estão se familiarizando com esse método de avaliação de escritórios de advocacia.
Hoje em dia, algumas empresas já adotam os prêmios jurídicos como método de qualificação no momento da busca e da contratação de advogados.
Entre essas publicações, estão: Chambers and Partners, The Legal 500, Leaders Legue, Latin Lawyer, Latin Finance, Análise Advocacia (a nacional mais conhecida) e diversas outras que estão dentro e fora do radar dos escritórios.
Estima-se que existam mais de 80 instituições especializadas no ranqueamento do setor jurídico e, aparentemente, surge uma nova a cada dia.
Como ganhar um prêmio ou um reconhecimento para um escritório ou advogado
É comum achar que entregar um formulário impecável e bem redigido é o bastante para estar em um ranking. Contudo, algumas reflexões são importantes para alinhar expectativas e direcionar esforços.
Em primeiro lugar, o advogado deve examinar a lista de escritórios e profissionais de estudos anteriores e avaliar se suas práticas são equiparáveis.
Entender se seu escritório possui casos relevantes (em quantidade e complexidade) e se há um bom relacionamento com seus clientes e concorrentes.
Se o entendimento for de que a posição do escritório é inferior aos listados, o buraco é mais embaixo. Antes de destinar esforços para estar nessas pesquisas, o recomendado é investir nas práticas de atuação, no entendimento do mercado, na busca por clientes e casos, na promoção e exposição do escritório, na geração de conteúdos relevantes, no relacionamento com públicos de interesse (clientes, parceiros e concorrentes), etc. Tudo isso, para que o escritório conquiste casos consideráveis e que a marca seja conhecida.
Contratar um profissional para gerenciar a participação nas pesquisas é um passo importante e ele pode auxiliar a identificar o momento certo e em quais rankings o escritório deve competir.
Esse especialista, na verdade, será uma espécie de facilitador do processo, acompanhando prazos, mediando o contato com as publicações, revisando a qualidade dos textos escritos por advogados, identificando novas oportunidades para o escritório e por aí vai.
Essa figura é importante, também, para a interpretação do “juridiquês”, lembrando que, na maioria das vezes, quem avalia o conteúdo submetido não é um profissional formado em Direito.
Por fim, possuindo as capacidades para se enquadrar em um ranking, o escritório deve acessar o site das instituições, se familiarizar com os processos da pesquisa e entregar as informações solicitadas no prazo.
As instituições de pesquisa renomadas, possuem uma metodologia clara, séria e assertiva, garantindo o reconhecimento dos principais especialistas na prática jurídica.
Que tipo de escritório pode participar dos rankings
Os rankings jurídicos não são uma exclusividade dos grandes escritórios. Embora as maiores sociedades estejam sempre listadas, há espaço e incentivo na participação das pequenas e médias bancas – principalmente, para as especializadas em setores ou linhas de serviços, o que pode ser uma vantagem perante os escritórios full service.
Aliás, existem publicações que avaliam apenas práticas específicas, como é o caso, por exemplo, do International Tax Review e do Global Competition Review.
Desde que possuam bons trabalhos realizados na data estipulada pela pesquisa, clientes representativos e reconhecimento dos pares e concorrentes, todos os escritórios podem participar.
Benefícios ao ser reconhecido
Existem muitas discussões, principalmente entre os profissionais de marketing jurídico, sobre os benefícios para a marca e para o negócio ao ser listado em um ranking.
Especula-se que a exposição dos rankings jurídico esteja restrita aos advogados, mas, com os diversos mecanismos de comunicação disponíveis (principalmente os digitais), já é possível divulgar uma credencial para os mais diversos públicos – o que pode ser uma importante ferramenta para a exposição do escritório, mesmo com as restrições publicitárias impostas pelo Provimento 94/2000 do Código de Ética e Disciplina da OAB.
Postagens em redes sociais, envios de e-mail marketing, inclusão de selos ou certificados no site institucional do escritório, são apenas algumas das possibilidades de exposição que um reconhecimento pode gerar.
Estar listado em um ranking, além de ser um atestado de credibilidade, faz muito bem para a imagem externa e interna da sociedade, atraindo talentos, retendo clientes e conquistando novos.
Por mais que, ao falar sobre imagem, estejamos permeando questões subjetivas, estamos, também, tratando da percepção da marca, do significado que será atribuído ao nome do escritório e, o que pode até ser mais importante do que tudo isso, de qual escritório será contratado por um cliente durante um processo de concorrência: aquele que possui uma credencial ou aquele que não.
“Blacklist” de rankings jurídicos
Quem trabalha no setor jurídico está acostumado a ser inundado de e-mails e perguntas acerca de novas publicações e prêmios que surgem no mercado. Saber discernir qual ranking vale a pena e qual não é uma tarefa simples, mas importante.
As “listas negras” das publicações existem sim e por um bom motivo: há muita pegadinha por aí. É comum um sócio de escritório receber um e-mail parabenizando-o por ter ganho um prêmio e que, para seguir adiante com a qualificação, basta pagar uma invoice em Dólares ou Libras.
Fuja disso. Os rankings renomados possuem os seguintes critérios:
- Anos de atuação no mercado
- Escritórios ou profissionais reconhecidos nos anos anteriores, classificados de uma forma em que faça sentido e com base em suas reais qualificações
- Uma metodologia de pesquisa clara e assertiva
- Não cobram para listar participantes
As informações que serão submetidas a essas instituições, são, muitas vezes, confidenciais. Por esse motivo, todo cuidado é pouco.
Estabeleça um plano anual de diretórios jurídicos com os quais seu escritório irá contribuir, determinando quais rankings são críveis e quais fazem sentido para os seus objetivos estratégicos.
Essa iniciativa, além de ser uma reflexão importante sobre o negócio, economizará muito tempo das equipes responsáveis pelo preenchimento dos formulários, já que esse é um processo moroso e que exige bastante cuidado.
Há muitas publicações, editores e pesquisadores bons no Brasil e fora, com bastante conhecimento das peculiaridades do mercado nacional e que atuam de forma profissional e ética, agregando muito ao setor jurídico.
A atividade de ranquear escritórios evolui e se sofistica constantemente, inclusive em função da interação dos participantes, que questionam métodos de classificação, áreas pesquisadas e uma série de outras matérias envolvendo o processo de pesquisa.
Um advogado excepcional pode, sim, não ser contemplado em um reconhecimento por diversos fatores inerentes ao trabalho de pesquisa, mas o que costumamos dizer por aqui é que “um ranking jurídico é como um concurso de beleza: pode até ter gente mais bonita por aí, mas se você não desfilou, não decorou o discurso e não mostrou seu carisma para os avaliadores, com certeza não irá ganhar”.
Rafael Gagliardi é sócio e fundador da LETS Marketing, uma consultoria focada em marketing jurídico.
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