Por Rafael Gagliardi
Comecei minha carreira em uma idade mediana para se começar uma carreira. Iniciei ganhando um salário que pode ser considerado mediano, para quem possui diploma, boa vontade e espírito empreendedor, se, para o período em que nossas responsabilidades são extremamente reduzidas, podemos considerar esse adjetivo. O fato é que, trabalho, para ser considerado trabalho, precisava ser registrado em carteira, constante, supervisionado por um gestor e com seguranças, no caso de uma desistência ou demissão.
Foram muitas conversas com amigos, em bar, em casa, na casa dos outros, sobre alternativas ao sistema. Sair do programado, inovar e ser a vanguarda do mundo corporativo.
Falta coragem, vamos aceitar. O incerto é tenebroso, se comparado ao que é certo (ou mais seguro). Nós temos dívidas, sonhos, devaneios e precisamos de uma muleta. Parece pejorativo falar desse jeito, mas a muleta sustenta e dá firmeza. Não há como julgar negativamente algo tão estável.
Quando olho para o passado e para o presente, reparo que ao meu redor há pouquíssimas pessoas com mais de quarenta anos circulando meu ambiente de trabalho. Há cerca de 1% delas em cargos de liderança, exercendo funções de gestores, sobrecarregados, reclamões, com visão de futuro sujeita às metas corporativas. “Isso é vida?” – ouço bastante.
Isso é um jeito de viver a vida. Dando duro para ser uma dessas pessoas acima de quinhentas outras.
O outro estilo almejado é aquele em que você traça seu caminho sem a onipresente corporação.
Se é mais fácil ou mais difícil, eu sei. É mais difícil. Imagine-se gerenciando seu horário, suas prioridades, sua sagacidade e seus desejos. Não faça isso sem a devida maturidade e sem a motivação adequada, pois o caminho tortuoso exige disposição.
E as recompensas?
Nem sempre são proporcionais ao esforço. Ponto! E se for começar algo nessa linha, sem planejamento, nem comece. Saiba sempre onde está pisando e guarde essa receita. Ela vai te salvar em um futuro próximo.
Existe um lado bom nisso tudo?
É claro que há. Não só um lado, mas uma quarta dimensão invisível aos olhos de CLT. Dedicação focada no que é seu, tempo gerenciável em um nível desconhecido, ideias vibrantes para algo mais empolgante que um chefe, clientes que geram um interesse genuíno, parcerias desprogramadas e progresso pessoal.
E isso vai dar em algo?
Te digo que, para saber o final desse filme, como sempre, não adianta ler a sinopse. E vale a pena.
Só mais uma coisa: não pegar trânsito todos os dias é incrível! Existe, sim, um jeito melhor de viver a vida.
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